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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

LOST


Em meio à tempestade, 
distopia, pandemia, 
quarentena, 
máscaras, álcool-gel 
e uma vida de papéis 
em desintegração, 
me pergunto se isso tudo 
não passa de fantasia, 
se não estamos perdidos 
na antecâmara do Céu 
ou se sou apenas 
um ser de papel. 

Alcíone Pimentel 

domingo, 5 de outubro de 2025

CÍRCULO


Como numa sala
de espelhos
vejo minha imagem
r e f l e t i d a
e o reflexo dela,
repetidamente,
replicada
e multiplicada,
infinitamente.
As que vieram
antes de mim
e as que virão
depois.
Todas têm
o meu rosto.
Todas são eu.

Alcíone Pimentel 

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

AMOR DE ESTRELA


O meu amor é cristalino, 
tão grande, tão menino.
É um amor assim gigante 
que toma conta de mim. 

Ganha uma dimensão
tão real que não
cabe no coração...

É por isso que o meu amor
sai de mim e reproduz 
o meu ser no teu ser.

É por isso que 
esse sentimento 
invade, toma conta 
de todos os espaços, 
preenche a sua vida
e recria-se no seu sim.

O meu amor, 
por ser tão gigante 
é indefeso, 
não consegue seguir sozinho... 

Sai por aí tropeçando em tudo: 
ciúmes, medo, dor e querer.
É um querer exagerado, 
quase que desesperado.

Tem o amor 
(que já não é só meu): 
tem vida própria, 
iniciativa, liberdade, irreverência.

Acredita ser dono do mundo,
ter poder absoluto.
E em seu nome toma decisão.

Não há mais razão,
não há mais corpo,
não há mais pele.

Só o tal amor,
que rói ossos,
que dói na alma,
que fere gente inocente,
que faz coisa indecente.

É aquele amor...
Aquele que nasceu na fonte,
puro, limpo,
livre e cristalino.

Mas por ser tão grande,
tão menino,
é vadio e egoísta.

Então, consciente de sua falta 
de consciência,
faz esse amor 
voltar à sua origem...

Voltar às minhas entranhas,
rever as voltas que a vida dá. 
Consumir o amor por amor.
Destruir, diluir, reduzir...

E aí sim posso de novo dizer: 
O meu amor é cristalino,
tão grande, tão menino.

É um amor assim,
só amor.
Um amor
tão só!

Kátia Fico